Esteatose ou hemocromatose hepática?

27/07/2020 18:09

Algumas causas de esteatose: - Abuso de álcool;
- Diabetes;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Hepatites virais;
- Medicamentosa;
- Colesterol ou triglicérides aumentados;
- Alguns tipos de cirurgia.

Os principais estudos diagnósticos são:
- Ultrassonografia (US);
- Tomografia computadorizada (TC);
- Ressonância magnética (RM).

Esses estudos devem ser analisados conjuntamente com dados laboratoriais para afastar / suspeitar / confirmar patologias inflamatórias.

Porque escolher o US como método de triagem?!
- Custo-beneficio:
- Não usa radiação ionizante;
- Baixo custo;
- Podemos graduar subjetivamente em grau I (discreta), grau II (moderada) e grau III (acentuada ou severa).

Essa subjetividade torna-se o grande calo do estudo, além disso, o achado que sugere esteatose no US é o aumento da ecogenicidade parenquimatosa, o que na verdade é inespecífico, pois esse aumento pode representar, não só, esteatose (que de fato é o mais comum), mas também, outras doenças de depósito, como o acúmulo de ferro (hemocromatose), patologias as vezes, que coexistem no mesmo paciente, mas a depender do grau, tem condutas distintas.

Para dirimir essa dúvida clinica, lançamos mão da ressonância magnética, mas não a tradicional, e sim RM ABDOME SUPERIOR COM PROTOCOLO ESPECÍFICO PARA QUANTIFICAÇÃO DE Fe HEPÁTICO e % DE GORDURA.

Isso mesmo! Esse protocolo específico quantificamos o ferro (Fe) hepático por grama de peso seco hepático (umol/g), e na mesma aquisição, a % de gordura hepática.

VANTAGENS:
- Não usa radiação ionizante;
- Exame rápido (muitas vezes, mais rápido que o US);
- Sequências adquiridas com apenas 16 segundos de apneia;
- E a vantagem mais importante: os resultados encontrados nessa técnica traz uma grande inter-relação com os achados de biópsias (o padrão ouro), tanto para hemocromatose (Fe hepático) como para esteatose (gordura hepática).

 

Com a RM específica, diferenciamos efetivamente entre essas duas patologias, com as suas respectivas quantificações (umol/g de Fe hepático e % de gordura hepática) e com assertividade confiável quando comparada à biópsia.

Isso ajuda no diagnóstico, conduta terapêutica e acompanhamento mais amiúde da real patologia do paciente.

Bem vindos ao futuro!

FLUXOGRAMA sugerido:

Suspeita clínica / laboratorial:
- Dosagem transaminagem.
- Dosagem de ferritina.

Exame de US como triagem:
- Normal: segue conduta clínico-nutricionais
- Aumento de ecogenicidade parenquimatosa hepática (esteatose? X hemocromatose? X ambos?)

Segue com RM ABDOME SUPERIOR COM PROTOCOLO ESPECÍFICO PARA QUANTIFICAÇÃO DE Fe HEPÁTICO e % DE GORDURA ("Biópsia virtual"):
- Concentração de Fe hepático (LIC) em umol/g
- Porcentagem de gordura hepática em %

Segue conduta clinicanutricional com melhor terapêutica (direcionada ao diagnóstico mais assertivo) e evolução mais adequada a cada caso.

Estudo RM específico no pré, durante e pós tratamento da obesidade, seja ele nutricional, cirúrgica ou balão.