A intoxicação por metanol
12/04/2024 12:00
A intoxicação por metanol é uma emergência médica que pode resultar em danos significativos ao sistema nervoso central e a outras partes do corpo. O metanol, quando metabolizado, produz ácido fórmico e formaldeído, que são altamente tóxicos para os tecidos. Os achados radiológicos na ressonância magnética (RM) do crânio decorrentes da intoxicação por metanol podem ser bastante graves, refletindo a toxicidade.
Achados Radiológicos Clássicos na RM de Crânio na Intoxicação por Metanol:
1. Edema Cerebral:
- Um dos achados mais comuns na intoxicação por metanol é o edema cerebral difuso, que pode ser observado como hipersinal em imagens ponderadas em T2 e FLAIR. Esse edema é resultado da toxicidade direta do ácido fórmico sobre o tecido cerebral.
2. Necrose do Putâmen:
- Necrose bilateral simétrica dos putâmenes é um achado característico e grave da intoxicação por metanol. Isso pode ser visualizado como alterações de sinal em T1 e T2, geralmente hipointensidade em T1 e hipersinal em T2, refletindo a necrose e o edema local.
3. Lesões em Gânglios da Base:
- Além do putâmen, outros gânglios da base também podem ser afetados. As lesões podem apresentar hipersinal em T2 devido ao edema e à necrose.
4. Comprometimento do Nervo Óptico:
- A toxicidade do metanol afeta frequentemente o nervo óptico, podendo resultar em perda de visão. Na RM, pode-se observar alterações no sinal do nervo óptico e atrofia subsequente.
5. Hemorragia Intracraniana:
- Embora menos comum, pode ocorrer hemorragia intracraniana devido à coagulopatia e ao aumento da fragilidade vascular resultante da intoxicação por metanol.
6. Atrofia Cerebral:
- Em casos crônicos ou de exposição prolongada ao metanol, pode ocorrer atrofia cerebral, visível como aumento dos sulcos corticais e ventriculomegalia.
Considerações Adicionais:
Os efeitos do metanol no cérebro podem variar dependendo da quantidade ingerida, da rapidez com que o tratamento foi iniciado e da susceptibilidade individual. É crucial que a intoxicação por metanol seja tratada como uma emergência médica, com medidas para reduzir a absorção do metanol restante, corrigir a acidose metabólica e limitar a formação de metabolitos tóxicos através da administração de antídotos como o fomepizol ou etanol. O tratamento precoce é essencial para prevenir ou minimizar os danos permanentes que podem ser identificados na RM.