Anastomoses transitórias embriológicas vertebrocarotídeas
28/04/2024 12:00
As anastomoses transitórias embriológicas, que conectam as artérias carótidas fetais aos precursores do sistema vertebrobasilar, são cruciais para o desenvolvimento vascular durante o período fetal. Essas conexões incluem a artéria trigeminal primitiva, a artéria otica primitiva, a artéria hipoglossal primitiva e a artéria intersegmentar proatlantal. Estas anastomoses são normalmente regressivas e desaparecem à medida que o sistema circulatório se desenvolve, mas em alguns casos, podem persistir na vida adulta, o que é considerado uma variação anatômica ou anomalia vascular.
Principais Achados Radiológicos
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Persistência da Artéria Trigeminal Primitiva (PATP):
- Localização: Origina-se da porção cavernosa da artéria carótida interna e conecta-se ao segmento basilar da artéria basilar.
- Imagem Radiológica: No angiograma, a PATP aparece como uma artéria fina e alongada que cursa anteriormente em direção ao tronco cerebral.
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Persistência da Artéria Otológica (PAO):
- Localização: Emergindo da artéria carótida interna, próximo ao forame jugular, estende-se em direção ao sistema vertebrobasilar.
- Imagem Radiológica: Visualizada como uma pequena artéria que se estende desde a carótida interna até o sistema vertebrobasilar, frequentemente detectada em estudos de imagem detalhados do osso temporal.
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Persistência da Artéria Hipoglossal (PAH):
- Localização: Originando-se da artéria carótida interna, passa pelo canal hipoglossal no crânio.
- Imagem Radiológica: Mostra-se como um vaso que atravessa o canal hipoglossal, podendo ser observado em tomografias computadorizadas ou ressonância magnética craniana.
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Artéria Proatlantal Intersegmentar Tipo I (PAI Tipo I):
- Localização: Conecta a artéria carótida interna ao segmento vertebral da artéria vertebral.
- Imagem Radiológica: Detectada como um vaso que liga a carótida interna ao segmento vertebral, visualizado em angiografias.
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Artéria Proatlantal Intersegmentar Tipo II (PAI Tipo II):
- Localização: Origina-se da artéria carótida externa e conecta-se à artéria vertebral acima do nível de entrada no forame transverso.
- Imagem Radiológica: Este tipo de PAI é menos comum que o Tipo I e aparece em angiografias como uma conexão entre a carótida externa e a parte distal da artéria vertebral, muitas vezes confundida com outras anomalias vasculares.
Diagnóstico Diferencial
Além de considerações já mencionadas anteriormente para PATP, PAO, PAH, e PAI Tipo I, o diagnóstico diferencial para a PAI Tipo II deve considerar variações normais da vasculatura da artéria carótida externa, dada sua origem neste vaso.
Importância Clínica
É fundamental reconhecer essas anastomoses, particularmente a PAI Tipo II, devido às suas implicações potenciais em cirurgias da cabeça e pescoço e em intervenções neurovasculares, onde a identificação precisa destas estruturas pode minimizar o risco de complicações vasculares inadvertidas. A presença de qualquer uma dessas artérias persistentes pode também contribuir para patologias neurovasculares e requer atenção específica no planejamento de tratamentos.