A Síndrome de Susac

17/04/2024 12:00

A Síndrome de Susac é uma condição rara e autoimune que afeta principalmente o cérebro, a retina e os ouvidos internos, levando a sintomas como encefalopatia, perda de visão e problemas auditivos. Essa doença é caracterizada por microinfartos nos pequenos vasos sanguíneos desses três órgãos vitais. Os achados radiológicos são fundamentais para o diagnóstico e monitoramento da Síndrome de Susac. Aqui estão os principais achados radiológicos associados a essa síndrome:

1. Achados de Ressonância Magnética (RM) Cerebral

  • Lesões no Corpo Caloso: A característica mais distintiva na RM cerebral são as lesões focais ou lineares no corpo caloso, que podem aparecer como áreas hiperintensas em imagens ponderadas em T2 e FLAIR. Essas lesões são frequentemente denominadas "buracos de neve" devido ao seu aspecto em imagens de ressonância.
  • Lesões Subcorticais e Periventriculares: Além do corpo caloso, podem ocorrer lesões nos lobos frontal, parietal e occipital.
  • Lesões em Gânglios da Base e Tronco Encefálico: Embora menos comum, essas áreas podem ser afetadas.

2. Achados de Fluoresceinografia (Angiografia com Fluoresceína)

  • Oclusão de Ramo Arteriolar Retiniano: A angiografia com fluoresceína pode revelar oclusões nos pequenos ramos arteriolares da retina, que são críticas para o diagnóstico de Susac, mostrando interrupções no fluxo sanguíneo que se manifestam como áreas de não perfusão.

3. Audiometria e Avaliação do Ouvido Interno

  • Perda Auditiva Neurossensorial: Embora não seja um achado "radiológico", a audiometria pode detectar perda auditiva, que é um componente chave da tríade de Susac. A ressonância magnética do crânio pode às vezes mostrar microinfartos no ouvido interno.

Comentários

A ressonância magnética é a modalidade de imagem de escolha para o diagnóstico da Síndrome de Susac, especialmente devido à sua capacidade de detalhar as lesões cerebrais específicas dessa condição. O diagnóstico correto muitas vezes requer uma combinação de achados clínicos e radiológicos, e uma estreita colaboração entre neurologistas, oftalmologistas e otorrinolaringologistas. O reconhecimento dos padrões de lesões em RM e os resultados da angiografia retiniana são cruciais para diferenciar a Síndrome de Susac de outras condições com sintomas neurológicos e visuais semelhantes, como a esclerose múltipla e outras vasculites.