PANDAS (Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal Infections)
17/04/2024 12:00
A PANDAS (Pediatric Autoimmune Neuropsychiatric Disorders Associated with Streptococcal Infections) é uma condição rara que ocorre em crianças após uma infecção estreptocócica, levando a sintomas neuropsiquiátricos repentinos, como TOC (Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e tiques. Essa síndrome é teoricamente causada por uma reação autoimune onde os anticorpos, ao invés de atacar apenas o patógeno, também atacam o tecido cerebral, particularmente áreas como os gânglios da base, que estão envolvidos no controle de movimentos e comportamentos.
Principais achados radiológicos
1. Alterações nos Gânglios da Base: Imagens de ressonância magnética (MRI) de pacientes com PANDAS podem mostrar alterações volumétricas nos gânglios da base, especialmente aumento de volume, que é relevante dado o papel destas estruturas no controle de movimentos e comportamentos que são tipicamente alterados em distúrbios neuropsiquiátricos como TOC e tiques.
2. Anormalidades de Sinal: Em alguns casos, podem ser observadas anormalidades de sinal nos gânglios da base nas imagens por MRI, indicando uma possível inflamação ou outra alteração patológica.
3. Ausência de Alterações Consistentes: É importante destacar que os achados de imagens em PANDAS não são consistentes ou específicos. Muitas crianças com diagnóstico de PANDAS têm exames de neuroimagem completamente normais. As alterações quando presentes, não são exclusivas da PANDAS e podem ser vistas em outras condições neurológicas.
Comentário
Os achados radiológicos na PANDAS são subtis e não específicos, o que torna o diagnóstico desafiador e frequentemente baseado mais em critérios clínicos e histórico médico do que em achados de imagem. A utilidade dos exames de imagem está mais em excluir outras condições neurológicas que podem mimetizar os sintomas da PANDAS do que em confirmar o diagnóstico de PANDAS per se.
Devido à natureza controversa e ainda pouco compreendida da PANDAS, há um esforço contínuo em pesquisa para entender melhor a patofisiologia da doença e aprimorar os critérios diagnósticos, incluindo o papel das técnicas de imagem.